
Uma marca institucional, precisa sempre que uma marca pessoal comunique
Tem uma marca pessoal? Uma instituição tem quatro paredes. Se ninguém for responsável por abrir portas e dar a cara, como se relaciona?
Tempo de leitura: 10 minutos
A marca institucional e a marca pessoal
A relação entre uma marca institucional e uma marca pessoal, torna-se cada vez mais evidentemente útil e relevante. Quando falamos da comunicação de uma instituição para o seu exterior, ou da relação entre os próprios funcionários e líderes da mesma, a ideia de que, uma marca institucional deve também comunicar através de uma forte marca pessoal, não é uma estratégia nova. Mas é hoje, uma estratégia imensamente preponderante. O domínio das redes sociais direcionadas a pessoas enquanto indivíduos, obriga a que as marcas que querem estar presentes e assumir uma relação próxima com um potencial cliente, tenham uma cara, uma voz, interesses e crenças próprias.
O entrelaçamento das marcas
Uma marca institucional é a representação da empresa como um todo. E isto inclui valores, cultura e objetivos. Por outro lado, uma marca pessoal refere-se à imagem e reputação de determinados indivíduos dentro da organização, como o CEO, fundadores e/ou funcionários-chave. Embora sejam entidades distintas, estas duas marcas são frequentemente relacionadas e afetam-se mutuamente.
Reforço da missão, visão e valores
Quando uma marca institucional e uma marca pessoal comunicam de forma alinhada, isto é, com os mesmos objetivos, ajudam em conjunto a reforçar a crença nos valores e na missão de uma organização. Os líderes e funcionários que personificam estes valores ajudam a aumentar a credibilidade de uma instituição e a gerar confiança sobre a marca institucional.
Humanização da marca institucional
As marcas institucionais são muitas vezes vistas como entidades abstratas. No entanto, quando os líderes e/ou funcionários de uma instituição, se expressam através de comunicações autênticas, partilhando experiências e perspectivas, a marca institucional ganha uma representação humana. Este é também, um dos princípios do conceito da humanização. Fatores como estes, influenciam na perceção que um cliente ou potencial cliente tem sobre uma organização, tornando-a mais próxima e acessível ao seu público.
Geração de confiança e credibilidade
A marca pessoal ajuda a criar confiança e credibilidade sobre uma marca institucional. Se os líderes e funcionários-chave demonstram ter conhecimento sobre as áreas onde atuam, isso reflete-se positivamente na organização, como um todo. Cria confiança sobre os funcionários – que acreditam estar a trabalhar na instituição certa – e sobre os clientes e/ou potenciais clientes – que acreditam ser a marca certa a trabalhar com, ou a comprar. Positividade gera positividade, negativismo gera negativismo.
Exemplos na prática
Elon Musk, CEO da Tesla, é um exemplo de como uma marca pessoal pode impulsionar uma marca institucional. A sua presença ativa nas redes sociais e o seu compromisso pessoal com a inovação tecnológica contribuem significativamente para a imagem da Tesla e da Space X. A sua participação em palestras, podcasts e eventos de renome, enquanto orador, palestrante ou convidado de painel, ajudam a que este assuma uma posição de estatuto superior. Através da partilha de experiências e conhecimento com o público, aumenta ainda a confiança sobre as marcas que gere. Por outro lado, Elon Musk ao assumir uma marca pessoal técnica e focada na tecnologia, distancia o público que procura a rede social X (antigo Twitter), para falar livremente e partilhar experiências. A este público não interessa conhecimento técnico, apenas uma plataforma para falar e obter atenção social própria.
Naturalmente que uma das marcas pessoais mais conhecidas em todo o mundo, responsável por apoiar o crescimento de uma das maiores empresas de tecnologia do globo, foi a de Steve Jobs. Há frente da Apple, Steve Jobs assumiu uma posição semelhante à de Elon Musk. Mas ao contrário de Musk, o foco de Steve Jobs não passava unicamente pelos avanços tecnológicos da empresa que representava, mas sim pela partilha de valores, crenças e visão própria da Apple. Focava-se em comunicar os benefícios que estes aspetos ofereciam à comunidade que apoiava a marca institucional da Apple, aumentando assim a confiança na marca. Steve Jobs era, para a comunidade Apple, a Apple em si. Mesmo que no seu auge, fosse apenas dono de cerca de onze porcento das ações da empresa.
Uma estratégia a longo prazo
Quando tanto a marca institucional e a marca pessoal comunicam de forma coesa, ajudam a reforçar os valores, humanizam a marca institucional, geram confiança e aumentam a credibilidade.
À medida que as empresas continuam a procurar relacionamentos mais autênticos com o seu público, a importância desta estratégia tende a crescer. A interligação entre uma marca institucional e uma marca pessoal é uma via que pode trazer benefícios duradouros e contribuir para o sucesso a longo prazo de uma organização.